Pesquisa revela desequilíbrio de gênero e medo nos esportes de neve no Reino Unido
Num desporto celebrado pela sua emoção e aventura, um estudo recente revelou um aspecto menos discutido dos desportos de neve no Reino Unido: o medo e a ansiedade, especialmente entre as mulheres. Esta nova pesquisa, apresentada no Northern Snow Show no Chill Factore de Manchester, esclarece como essas emoções estão afetando o prazer e a participação das mulheres nos esportes de neve.
De acordo com O Projeto Medo62% das mulheres entrevistadas no Reino Unido relataram que o medo ou a ansiedade afetam a sua experiência nos esportes de neve. Ainda mais preocupante, 33% notaram um aumento do medo nos últimos cinco anos. Estas descobertas visam explorar se estes sentimentos contribuem para o desequilíbrio de género destacado na Conferência de 2024 Pesquisa do Clube de Esqui da Grã-Bretanhaque mostrou um impressionante Proporção homem-mulher de 70:30 em participação. A Snowsport England confirmou esta tendência, salientando que as mulheres estão a abandonar as pistas muito mais cedo do que os homens.
A pesquisa, liderada por Kimberley Kay e Dra. com apoio de Esportes de neve Inglaterra e Ski Rossendale, procuraram identificar os medos associados ao esqui e ao snowboard. Ao abordar estas preocupações, a indústria dos desportos de neve espera encorajar uma participação mais inclusiva.
Compreendendo os medos
Kimberley Kay, autora de Esquiar de A a Zé apaixonado por quebrar barreiras à diversão nos esportes de neve. Ela comentou,
“Ao compreender os medos que os esquiadores enfrentam, podemos trabalhar em busca de soluções que levem a alegria dos esportes na neve a todos.”
As conclusões do inquérito sugerem que as mulheres estão mais inclinadas a partilhar as suas experiências de medo, abrindo potencialmente o caminho para intervenções específicas que poderão beneficiar todos os esquiadores e praticantes de snowboard.
A pesquisa envolveu 225 mulheres do Reino Unido, com 88% afirmando que praticam esportes na neve para se divertir, mas 25% experimentam um medo debilitante. Os principais medos incluíam:
- Lesão/Relesão (69%)
- Falta de controle de outros esquiadores (63%)
- Velocidade de outros esquiadores/snowboarders (49%)
- Problemas de visibilidade (49%)
- Neve congelada/dura (48%)
- Caindo (41%)
Apesar destes receios, apenas 9% afirmaram nunca sentir medo, mas ainda assim reconheceram várias preocupações.
Insights da Dra. Carol Porter
Com base em mais de 20 anos de experiência docente, a Dra. Carol Porter conduziu entrevistas aprofundadas para complementar os dados quantitativos da pesquisa.
“O medo de se machucar e de outras pessoas esquiarem rápido demais prevalece”, explicou ela. “Quando estas questões não são vocalizadas, podem tornar-se perigosas, limitando as capacidades e o prazer das pessoas.”
Carol lidera um grupo semanal de mulheres no Ski Rossendale, trabalhando com esquiadoras de diversas habilidades para desenvolver confiança e lidar com medos. Ela observou que muitos receios resultam de incidentes reais, pessoais ou observados, e afectam mulheres em todos os níveis de qualificação.
Enfrentando o Desafio
Uma descoberta notável foi que apenas 25% dos entrevistados praticam em locais cobertos de neve no Reino Unido, enquanto a maioria espera até estar em resorts no exterior. Essa falta de prática agrava os medos. Locais no Reino Unido como o Ski Rossendale poderiam desempenhar um papel crucial na expansão da participação, proporcionando oportunidades de prática regular.
A GB Snowsports tomou medidas para resolver estas questões, organizando workshops destinados a melhorar a preparação física, o que pode aumentar a confiança nas pistas. A fisioterapeuta Abi Okell conduziu recentemente uma sessão focada em força, equilíbrio e aptidão cardiovascular, elementos cruciais para o sucesso no esqui.
O que vem a seguir?
Kimberley Kay acredita que este é apenas o começo de uma iniciativa mais ampla para enfrentar os temores relacionados aos esportes na neve. “Estamos ansiosos para colaborar com as partes interessadas do setor para encontrar soluções. O diálogo é fundamental e nós o acolhemos”, disse ela.