O renomado escritor de tênis Ben Rothenberg pediu ao público que o ajude a financiar um processo judicial movido pelo astro do tênis Alexander Zverev, em torno de suas reportagens sobre alegações de violência doméstica feitas ao jogador alemão.
Uma reportagem do Washington Post revelou que, desde 2020, Rothenberg está envolvido em uma batalha legal prolongada com Zverev. O caso foi movido por duas histórias envolvendo alegações de abuso da ex-namorada de Zverev, Olga Sharypova. Zverev negou repetidamente as alegações.
Quatro anos depois, Rothenberg, que foi processado em um tribunal alemão para bloquear suas reportagens sobre o assunto, agora está sendo forçado a lutar a batalha jurídica sozinho, porque sua editora não está mais apoiando financeiramente o caso.
Ele lançou uma campanha de arrecadação de fundos para ajudar a cobrir os honorários advocatícios, que, segundo ele, serão em torno de 18.000 euros, ou cerca de AUD 30.000.
Se ganhar o caso, Rothenberg diz que doará o dinheiro para a House of Ruth, um abrigo para vítimas de violência doméstica em Washington.
O caso do jornalista retornará ao tribunal em dezembro, com seu argumento baseado na alegação de que a reportagem de Rothenberg atendeu ao “padrão de evidência” da lei de mídia alemã.
Rothenberg disse que recebeu a notícia de que a Racquet não financiaria mais os custos da apelação do caso Zverev, porque não queria pagar para defender alguém que estava trabalhando para concorrentes.
Ben Rothenberg (detalhe).
O jornalista enviou a segunda parte de sua história sobre Zeverv para uma revista rival.
Até então, ele disse que a Racquet o havia apoiado, continuando a publicar seu trabalho e garantindo que sua apólice de seguro de responsabilidade civil da mídia cobriria as contas legais.
“Foi desanimador”, disse Rothenberg. “Não me arrependo de nada… mas certamente não tornou a vida mais fácil.”
O advogado de Zverev afirma que o tribunal superior rejeitará o recurso.
Rothenberg, natural de Washington DC, não está em Nova York para cobrir o US Open deste ano e diz que tem tido dificuldades para obter credenciais para os Grand Slams ou ter acesso aos jogadores.
O repórter de tênis confirmou à publicação que pode mudar de carreira quando a saga jurídica terminar.
“O jornalismo”, disse ele, “simplesmente não parece uma base muito estável para construir qualquer tipo de futuro”.
